sábado, 14 de agosto de 2010

Na mesma moeda.

Apesar de eu está me esforçando muito pra lembrar as imagens não estavam claras em minha mente, eu só me lembrava que uma luz muito forte enchia o local com um brilho intenso, e duas pessoas estavam se beijando em um canto, não conseguia ver os rostos delas, mas tinha algo que me dizia que eu era uma daquelas pessoas.

Era só disse que eu me lembrava, e como nada mais vinha em minha cabeça fui ver o jogo. Algumas jogadas chamaram a minha atenção, principalmente o quanto a minha irmã tinha evoluído nos últimos dias, eu estava impressionado com as defesas que ela fazia.

O jogo estava emocionante, os dois times tinham o mesmo nível, e mereciam muito ir pra final. O tie break começou e o jogo continuava muito equilibrado, a seleção pernambucana estava no saque e tinha o match point, a levantadora sacou, o saque foi fácil e o passe chegou na mão da levantadora adversária, ela levantou uma ótima bola para a saída de rede, que usou toda a força para atacar a bola para baixo, mas a bola não caiu, eu não sei como mas a Gabbi conseguiu defender a bola e fazê-la cair no fundo da quadra adversária.

Acho que nem ela estava acreditando no que tinha feito, e a arquibancada gritava feito louca pela classificação que tinha sido conquistada. A mana estava em lagrimas e eu estava muito feliz por ela também, não era sempre que um libero fazia um ponto e muito menos um ponto como aquela importância.

Depois de alguns minutos minha irmã sentou do meu lado e eu dei um abraço muito forte nela, um abraço que ela merecia. Como nós não estávamos tendo aula e o adversário da minha irmã na final que aconteceria em três dia, sairia no próximo jogo entre São Paulo e Minas Gerais, resolvemos esperar e ver quem completaria a final com a nossa seleção feminina.

- Gabbi! Parabéns de verdade por tudo que você fez hoje, você merece muito mais do que isso, - eu estava preparando ela pra um pergunta que eu faria depois e que esperava receber uma resposta positiva – Eu posso te pedir uma coisa?

- Claro que pode Claus, peça! – ela estava tão feliz que nem imaginou o que eu estava prestes a falar.

- Você jura que não vai ficar triste comigo de novo independente do que eu faça? - A expressão dela mudou na hora – Eu prometo que não vou fazer nada contra você, mesmo que pareça.

- Nossa Claus, assim você me deixa preocupada, mas como agente já tinha conversado ontem, eu acho que tenho que aprender a respeitar as suas escolhas e é isso que eu vou fazer daqui em diante.

- Gabbi você não existi sabia? Você é a melhor irmã do mundo – disse enquanto cobria-a de beijos.

A outra semi final não estava tão animada quanto a primeira, apesar de não ser um jogo ruim. A seleção de Minas estava passando fácil por São Paulo, e provavelmente seria a seleção mineira que completaria a final.

O último ponto do jogo foi um dos mais bonitos, a levantadora botou uma bola na medida pra Helen que cravou antes da linha dos três e saiu gritando e pulando pelo belo ponto que havia feito. Logo que aconteceu o último ponto minha irmã me chamou pra ir embora.

- Claus, vamos embora?

- Gabbi, eu vou ficar mais um pouco, lembro do que eu falei mais cedo... Sobre você não se estressar comigo, acho que é isso que eu vou fazer agora.

- Já que é assim que você quer, eu vou indo na frente depois você vai.

- Ok.

Após o cumprimento entre as equipes, as atletas das duas seleções se encaminharam para fora da quadra. Na frente vinham Branca e Helen conversando sobre o jogo, eu fiquei esperando elas se aproximarem e quando elas estavam perto de mim eu falei.

- Parabéns pra vocês! – Dei um beijo no rosto da Branca, fui andando até a Helen e dei um beijo nela que não foi um beijo de amigo.

Foi um beijo que eu daria somente em uma pessoa, e essa pessoa não devia ser a Helen, mas foi nela que eu dei, pareceu demorar minutos, aliais horas, mas é claro que não tinham passado se quer trinta segundos.

Quando paramos de nos beijar algum tempo depois, a cara da Branca estava no chão e algumas lagrimas escoriam pelo rosto dela, e saiu correndo e a Helen ameaçou ir atrás.

- Você vai me abandonar por causa dela?

- Não, mas eu tenho que ir tenho que tomar banho e me arruma, depois agente conversa, ela me deu um beijo e ia saindo.

- Hoje a noite tem festa na praça, aparece lá! – Eu não sabia porque estava fazendo aquilo, mas eu não estava me sentindo mal no momento.

- Eu sei, acho que vou chegar umas oito horas da noite. – Disse ela com um sorriso no rosto.

- Mas a festa começa as dez horas, ai a gente podia ficar em um lugar mais reservado até esse horário. – Disse eu cheio das segundas intenções. – Pode ser?

- Depende né! Eu não sei o lugar que você quer! – Ela já sabia onde eu queria que levá-la, mas se fez de ingênua.

- Até onde você iria? - Perguntei sendo muito direto.

- Nesse lugar que você está pensando mesmo. – Respondeu ela com um sorriso safado no rosto.

- Então te encontro as oito na praça. – Dei um beijo nela e fiquei observando ela sair do ginásio.

Fiquei observando ela se afastar, e refletindo no que eu estava fazendo, tinha muitos motivos pra me arrepender do que eu havia acabado de fazer, mas a raiva no meu coração era mais forte do que todos aqueles motivos.

Ela virou a esquina e eu sai do transe em que me encontrava, peguei o caminho de casa e não demorou mito para chegar. Tentei parecer o mais normal possível e acho que funcionou até a Gabbi entrar em casa e se juntar a nós na mesa.

Quando nós estávamos no meio do almoço eu acho que ela percebeu que eu não estava normal, e me mandou um olhar de quem queria muito saber o que estava acontecendo comigo, eu respondi do mesmo jeito, em um olhar, um olhar de quem pede pra esperar um pouco.

No final do jantar eu subi pro meu quarto e ela veio atrás de mim, entrei no quarto e deixei a porta aberta esperando para ela entrar.

- O que está acontecendo Claus? Você não falou se quer uma palavra na hora do almoço. – Ela estava certa, o conflito entre minha raiva e meu remorso continuava dentro de mim.

Eu expliquei a situação a ela. Disse que tinha que ficar com alguém, se eu não ficasse eu provavelmente entraria em depressão de tanto pensar na Branca.

- ... E como eu precisava ficar co alguém e não sabia com quem ficar...

- Não vai me dizer que você cai na conversa dela de novo? - interrompeu-me ela.

- Posso terminar¿ - perguntei ironicamente.

- Desculpa, pode sim.

- ... Eu fiquei com a Helen, amiga da Branca.

- Você fez isso? - ela parecia feliz, eu não estava entendendo mais nada – Que ótimo mano, queria está lá pra... – a voz dela foi morrendo.

- Pra que mana? - perguntei já sabendo a resposta.

- Pra... Pra ver a cara que a Branca fez quando viu vocês dois lá juntos, se beijando.

- E eu lá quero saber que cara ela faz ou deixa de fazer? por mim ela pode até perde aquela cara de sem vergonha que ela tem que eu nem ligo.

Era obvio que eu estava mentindo. Quem eu queria enganar com aquele papo? Eu só tinha beijado a Helen pra fazer ciúme na Branca, e era isso que me perturbava, eu não devia pensar mais nela e muito menos querer que ela sentisse ciúme de mim, e também tinha o fato de eu estar usando claramente a Helen e eu não gostava nada de fazer isso.

Pedi pra minha irmã me dar licença por que eu queria descansar pro treino que eu teria mais tarde.

O treino foi bem leve, foi mais uma recreação pra descontrair antes da final do que um treino realmente. Ficamos por uma hora mais ou menos treinando, depois eu fui andando pra casa me arrumar pro meu encontro de logo mais a noite.

Quando cheguei em casa já era mais de sete da noite, fui pro meu quarto peguei minha roupa e tomei meu banho. Terminei e fui logo jantar, pois apesar de não gostar da ideia de estar usando a Helen ela não era nem um pouco de se jogar fora, e eu estava ansioso para encontrá-la.

Sai de casa e o relógio marcava um pouco menos que oito horas, cheguei na praça e ela já estava lá, se eu estava ansioso ela estava mais ainda. Cheguei por trás dela e botei minha mãe nos olhos dela.

- Adivinha quem é? - perguntei mudando minha voz

- Claus que coisa mais besta! – disse ela no meio de risos.

- Perto de você eu me sinto uma criança de tão bobo que eu fico! – Como eu podia ser tão sínico aquele ponto.

- E eu me sinto no céu, entre.., - Não esperei nem ela terminar de falar, e já dei um beijo nela. – Agente vai ficar por aqui mesmo?

- Eu vou até onde você for...

- Então vem cá que eu vou te apresentar um lugar.

Levei ela pra um lugar onde eu achava que seria especial, um morro que tinha uma linda vista pro rio que cortava minha cidade no céu uma lua Cheia iluminava a clareira em que nós estávamos.

Aquela não era a primeira vez que eu tinha imaginado. O lugar não era aquele, a pessoa não era aquela, a única coisa que estava perfeita era a lua e eu nunca tinha visto ela tão linda antes.

- Você me trouxe até aqui pra nós olharmos a lua? - perguntou ela querendo ir logo ao que interessava.

2 comentários:

  1. Hm.. Esse capítulo foi uma alfinetada diretamente pra mim. Eu entendi a mensagem subliminar (Y) T.T

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  2. coisa mais feia mano :S, mesmo sendo uma história, num é assim que a banda toca q. Capitulo que eu menos gostei ._.

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